Quando Rodrigo José Pereira de Lima, árbitro principal da partida, recebeu o sinal do assistente de vídeo, Gilberto Rodrigues Castro Junior, o clima no Beira‑Rio já estava tenso. Confederação Brasileira de Futebol acabou divulgando o áudio completo da revisão, numa tentativa de clarear o que aconteceu nos acréscimos da 26ª rodada do Campeonato Brasileiro 2025Porto Alegre.
O duelo entre Sport Club Internacional e Sport Club Corinthians Paulista tem histórico de disputas acirradas, e a 26ª jornada não foi diferente. O Corinthians abriu o placar aos 9 minutos do primeiro tempo, graças a Gui Negão. Até o segundo tempo, a vantagem parecia segura, mas o Internacional pressionava e buscava o ponto que poderia mudar a posição na tabela.
Passados 50 minutos do segundo tempo, nos acréscimos, o zagueiro Cacá supostamente puxou a camisa do meia Bruno Henrique, dentro da área. Gilberto Rodrigues Castro Junior, ao rever o vídeo, comentou inicialmente que o toque era “sutil”.
"Tem puxão que estica a camisa e impacta na ação do jogador de vermelho. O jogador tenta a bola", disse o assistente de vídeo. "Eu vou chamar para revisar, tá? Rodrigo, sugiro revisão para possível penal. O jogador é puxado pela camisa pelas costas, causando impacto", completou.
Rodrigo, que ainda não havia assinalado a falta em campo, respondeu: "Era muito claro que não foi falta" – uma frase que repetiu ao observar o monitor pela primeira vez. Foi só depois de analisar ângulos diferentes que ele mudou de ideia: "Esse puxão, para mim, entendo que impacta, ok?".
Com o pênalti marcado, o atacante Carbonero converteu o chute, levando ao empate de 1 a 1. O pênalti virou ponto de discórdia que ecoou pelo estádio Beira‑Rio e nas redes sociais.
O Corinthians não tardou a protestar. O zagueiro Gustavo Henrique fez um discurso inflamado, acusando a arbitragem de "preconceito". O executivo de futebol Fabinho Soldado concedeu entrevista na qual afirmou que a decisão "arruinou a nossa vitória". Já o técnico Dorival Júnior culpou diretamente o árbitro, dizendo que "não houve justiça".
Por outro lado, o clube Internacional comemorou o ponto extra, salientando que a revisão foi feita de forma correta e que a CBF cumpriu seu papel de transparência. O presidente do Internacional, Alessandro Barros, declarou: "A vitória nos ajuda na corrida ao título e reforça a importância da tecnologia nas decisões".
Com o ponto, o Internacional subiu duas posições na tabela, enquanto o Corinthians perdeu a chance de ampliar a diferença sobre o vice‑líder. Dados da CBF mostram que, até a 26ª rodada, foram analisados 124 lances por VAR, com 18 decisões revertidas.
Especialistas apontam que a controvérsia reaviva a discussão sobre a clareza das diretrizes de "puxão de camisa". O professor de Direito Desportivo Marcos Lemos comenta que "a linguagem utilizada nos manuais de arbitragem ainda deixa margem para interpretações subjetivas".
A CBF afirmou que a divulgação do áudio faz parte de um programa piloto de transparência, que será ampliado nas próximas rodadas. "Queremos que clubes, torcedores e imprensa entendam os critérios adotados", disse o diretor‑geral da área de arbitragem, Lauro Gonçalves.
O próximo confronto do Inter será contra o Atlético‑MG, enquanto o Corinthians encara o Palmeiras na 27ª rodada. Ambas as equipes já anunciaram que acompanharão de perto novas diretrizes que poderão surgir a partir das discussões na Comissão de Arbitragem da CBF.
A maioria dos torcedores do Corinthians sentiu-se ainda mais indignada após ouvir o áudio, pois perceberam que o árbitro hesitou antes de aceitar a revisão. Nas redes sociais, o termo "áudio do VAR" virou hashtag de protesto, aumentando a pressão sobre a CBF para rever protocolos.
Gilberto Rodrigues Castro Junior explicou que, ao analisar diferentes ângulos, percebeu que o puxão da camisa não foi apenas "sutil", mas gerou impacto suficiente para impedir a jogada de Bruno Henrique, caracterizando falta.
O ponto conquistado levou o Internacional a 30 pontos na classificação, o que equivale a subir duas posições e ficar a três pontos do líder.
Ainda não há decisão final, mas o diretor Lauro Gonçalves prometeu que a comissão de arbitragem analisará o caso e, se necessário, ajustará os critérios de avaliação de puxões de camisa antes da próxima rodada.
Especialistas como o professor Marcos Lemos destacam que a divulgação do áudio é um passo positivo, mas ainda falta clareza nas regras técnicas, o que pode reduzir futuros debates como este.
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12 Comentários
Ariadne Pereira Alves outubro 5, 2025 AT 21:02
O protocolo do VAR define que um puxão de camisa só deve ser marcado como falta quando há efeito direto na jogada; isso inclui impedimento da movimentação do jogador ou a perda de controle da bola; no caso analisado, o assistente viu que o movimento da camisa impactou a ação de Bruno Henrique; por isso, ao rever os múltiplos ângulos, ele recomendou a revisão; a decisão final do árbitro reflete a aplicação dessas diretrizes; vale lembrar que a CBF tem orientado os árbitros a usar o julgamento objetivo, evitando interpretações subjetivas; a transparência do áudio ajuda a entender melhor esse processo; assim, o pênalti foi marcado dentro dos parâmetros estabelecidos.
Lilian Noda outubro 6, 2025 AT 02:35
Isso foi pura conspiração do VAR para mudar o placar.
Ana Paula Choptian Gomes outubro 6, 2025 AT 08:09
Conforme dispõe o Manual de Arbitragem da CBF, a definição de "puxão de camisa" requer demonstração inequívoca de interferência na jogada; recomenda‑se, ainda, que o árbitro principal confirme a percepção do assistente antes de validar a penalidade; a publicação do áudio demonstra boa prática de transparência institucional.
Carolina Carvalho outubro 6, 2025 AT 13:42
É compreensível que torcedores sintam frustração quando um lance decisivo é revertido por tecnologia; entretanto, a história do futebol mostra que a adoção de recursos como o VAR tem reduzido erros graves ao longo das últimas temporadas; no caso específico do Inter versus Corinthians, o árbitro principal inicialmente negou a falta, o que demonstra que a comunicação entre a dupla central e o assistente ainda apresenta falhas; a revisão em tempo real permitiu que o sinal fosse reinterpretado com base em ângulos adicionais, evidenciando a importância de múltiplas perspectivas; ainda que alguns considerem que o tempo gasto na revisão quebra o ritmo de jogo, a média de 43 segundos apontada pela CBF indica eficiência razoável; o pênalti concedido resultou em ponto extra para o Inter, alterando a dinâmica da classificação; porém, o impacto emocional nos torcedores corintianos não deve ser subestimado, pois o sentimento de injustiça pode gerar protestos nas redes sociais; a divulgação total do áudio, embora rara, oferece uma oportunidade de aprendizado para árbitros em treinamento; especialistas destacam que a linguagem dos manuais precisa de maior clareza para evitar interpretações divergentes sobre o que constitui "puxão de camisa"; além disso, a padronização dos critérios poderia diminuir a incidência de decisões contestáveis; vale ressaltar que, em outros campeonatos, a comunicação direta entre árbitro e VAR tem sido feita por meio de mensagens curtas, reduzindo ambiguidade; a CBF, ao publicar o áudio, demonstra compromisso com a transparência, mas ainda deve avançar na padronização dos procedimentos; outra questão relevante é o efeito psicológico nos jogadores, que podem sentir-se pressionados ao saber que cada ação será minuciosamente analisada; por fim, a tecnologia não elimina a necessidade de treinamento humano, e a combinação dos dois elementos é o caminho para melhorar a justiça no futebol; A confiança dos torcedores nas decisões será fortalecida quando a comunicação for ainda mais clara e objetiva.
Joseph Deed outubro 6, 2025 AT 19:15
Mais um caso em que a arbitragem parece jogar contra o time da massa.
Pedro Washington Almeida Junior outubro 7, 2025 AT 00:49
Na verdade, os árbitros são humanos e erram como qualquer pessoa, e o VAR apenas tenta corrigir esses equívocos, não conspirar contra ninguém.
Marko Mello outubro 7, 2025 AT 06:22
Eu lembro quando assisti a um jogo do São Paulo em 2019 e o VAR anulou um gol que parecia legítimo; na hora, a torcida explodiu, mas depois percebi que a revisão mostrou que a bola havia ultrapassado a linha de impedimento; situações assim mostram que, embora irritante, o sistema tem seu valor; ainda assim, quando ocorre um pênalti como o do Inter, o impacto emocional é ainda maior, porque o gol direto muda o rumo da partida; eu costumo assistir aos jogos com um copo de cerveja, tentando não me envolver demais, mas não dá para fugir da frustração quando a decisão parece arbitrária; acredito que a transparência, como a divulgação do áudio, ajuda a acalmar a galera, embora nem sempre convença todos; no fim das contas, o que importa é que o futebol continue emocionante e justo, mesmo com todas essas tecnologias ao redor.
robson sampaio outubro 7, 2025 AT 11:55
Olha, mano, esse papo de "justiça" nas transmissões tá mais enrolado que linha de impedimento; o VAR virou um cabo de guerra entre diretoria, imprensa e torcida, cada um puxando pro seu lado, e o áudio do árbitro só alimenta o hype da galera que curte teorias conspiratórias.
Portal WazzStaff outubro 7, 2025 AT 17:29
Galera, vamo lembrar q o VAR tá aqui pra impedir erros graves, apesar dos perrengues; treinar a equipe pra lidar com revisões é fundamental, e a CBF pode melhorar ainda mais o processo.
Anne Princess outubro 7, 2025 AT 23:02
É isso aí! Mas não dá pra aceitar que cada decisão mude o placar sem critério claro; a CBF tem que ser mais rigorosa!
Maria Eduarda Broering Andrade outubro 8, 2025 AT 04:35
O áudio revela que há um jogo interno de poder dentro da própria CBF, onde decisões são manipuladas para favorecer certos clubes, mantendo a fachada de transparência enquanto controla a narrativa.
Júlio Leão outubro 8, 2025 AT 10:09
O que importa é que o jogo continue divertido, independente das mãos invisíveis que dizem quem ganha.