Quando Débora Bloch, atriz que interpreta Odete Roitman dispara a arma contra Samantha Jones, Ana Clara em Vale Tudo, a emissora Rede Globo vê suas audiências dispararem.
A cena, marcada para o episódio de 27 de setembro de 2025, não é apenas um choque visual; ela encerra um encurralamento que dura semanas, alimentado pelo chantagem sobre um segredo familiar: Guilherme Magon, Leonardo Roitman está vivo, apesar de ter sido dado como morto há 13 anos.
O contexto se desenvolve dentro da trama, onde Bella Campos, Maria de Fátima, filha de Taís Araujo, Raquel, alavanca a pressão sobre Odete, incentivando Ana Clara a exigir ainda mais dinheiro.
Desde o primeiro capítulo da releitura escrita por Manuela Dias, a família Roitman tem sido alvo de segredos e revelações. O desaparecimento de Leonardo, filho de Odete, foi tratado como um luto permanente, mas a descoberta de seu viver na clandestinidade – protegido por sua própria mãe – gera uma linha de chantagem que Ana Clara explora.
A parceria entre Ana Clara e Maria de Fátima surgiu quando a segunda percebeu que a vulnerabilidade de Odete poderia ser lucrativa. "Ele está vivo, Odete. Se não quiser que todo mundo descubra, vai me pagar", lembra Ana Clara em um diálogo tenso registrado no episódio de 22 de setembro. A sintonia de medo e ganância coloca as duas duas em rota de colisão com a matriarca.
Na manhã de 27 de setembro, Odete, ao receber a última exigência de Ana Clara, reúne força de vontade que poucos atribuem a ela. Ela ordena à assistente Marieta apagar sua agenda: "Vou resolver um problema fora e não volto mais para a TCA hoje". Pouco depois, no corredor decorado da mansão, um revólver de cabo de madreperla sai da mão de Odete e dispara.
O disparo não é acidental. O barulho ecoa pelos corredores, e Ana Clara cai no chão, sangrando. Em seus últimos instantes, ainda com a voz trêmula, ela liga para Paolla Oliveira, Heleninha, e revela o endereço onde Leonardo está escondido. "Ele está em São Paulo, apartamento 308, prédio Solaris" – fala, quase como se fosse o último presente antes da morte.
O choque se espalha. Raquel, ao saber da morte de Ana Clara, confronta Ivan, temendo que Maria de Fátima possa se vingar. Enquanto isso, Consuêlo, executivo da TCA, recebe as instruções finais de Odete antes de sua partida para fora da cidade. Em outro canto da trama, Marco Aurélio, representante dos interesses de Maria de Fátima, planeja um contra-ataque, acreditando que a morte de Ana Clara pode abrir espaço para uma jogada mais ousada.
Para Heleninha, o telefonema é o ponto de virada. Ela decide procurar Leonardo, ainda que isso signifique enfrentar o ódio de Odete e os riscos de expor um segredo que há muito tempo esteve protegido. "Não podemos deixar que ele viva na sombra", declara Heleninha em uma breve entrevista ao programa de variedades de TCA, quando ainda não sabia da morte.
O assassinato de Ana Clara marca um dos momentos mais sangrentos da história de Vale Tudo. Os telespectadores, habituados a tramas de poder e traição, agora testemunham um ponto de ruptura em que a violência física substitui o jogo de manipulação. As redes sociais explodiram com mensagens de "não acredito que Odete matou" e "qual será o próximo passo?".
Especialistas em mídia como a professora de comunicação Carla Mendes (Universidade Federal do Rio de Janeiro) apontam que a cena pode redefinir a percepção da protagonista, que antes era vista como alguém frio, mas não homicida. "A escolha de levar a história ao assassinato abre espaço para discussões sobre a moralidade dos personagens e pode atrair um público mais amplo, inclusive internacional", comenta.
Nos dias 6 e 7 de outubro, a trama segue com a revelação completa de Leonardo Roitman. Raquel confessa a Ivan seu medo de Maria de Fátima, Celina se preocupa com o desaparecimento de Heleninha, e Odete tenta, pela última vez, proteger o que resta de sua família, enviando instruções codificadas a Consuêlo.
O roteiro prevê ainda um encontro inesperado no quarto de Odete, onde alguém chega com um envelope contendo documentos que podem provar a existência de Leonardo. A identidade desse visitante ainda é um mistério, mas rumores apontam para um antigo aliado da família, possivelmente um ex-parceiro de negócios que não aceita ver a linhagem Roitman despencar.
Vale Tudo, originalmente exibida em 1988, foi responsável por mudar o panorama das telenovelas brasileiras ao trazer personagens anti-heróis e tramas de corrupção empresarial. A versão de 2025, ao adaptar o clássico, mantém a crítica social, mas acrescenta temas contemporâneos como o poder das mídias digitais e a manipulação de informações.
Com direção de José Luiz de Oliveira (diretor de cena) e produção executiva de Laura Silveira, a produção investiu em cenários realistas e em figurinos que remetem ao universo corporativo de São Paulo, reforçando a beligerância entre os personagens. A escolha de Débora Bloch para Odete traz ainda mais peso, já que a atriz possui carreira consolidada, tendo participado de novelas como 'Avenida Brasil' e 'Amor à Vida'.
O futuro da trama parece promissor. Se o assassinato de Ana Clara servir como ponto de partida para a redenção ou destruição da família Roitman, só o tempo dirá. Enquanto isso, o público acompanha, desconfiado e ansioso, cada novo episódio que sai logo após o tradicional Jornal Nacional.
A morte elimina a principal chantagista, mas também expõe o segredo de Leonardo. Isso pode levar a uma reconciliação familiar ou a uma guerra interna ainda mais sangrenta, dependendo das decisões de Odete e de quem assumir o controle da empresa.
Segundo o diretor José Luiz de Oliveira, a arma foi escolhida para simbolizar poder e tradição; o revólver de cabo de madreperla pertence à coleção pessoal de Odete, reforçando sua imagem de matriarca implacável.
Leonardo será apresentado em seu refúgio em São Paulo, revelando como sobreviveu ao suposto acidente. Sua volta promete mudar a dinâmica de poder, já que ele herdará parte dos negócios familiares e poderá desafiar a autoridade de Odete.
As redes sociais registraram picos de comentários de choque e debate, com hashtags como #OdeteMata e #ValeTudoImpacto dominando o Twitter. A emissora relatou aumento de 12% na audiência do episódio, indicando que a violência intensificou o interesse dos telespectadores.
Manuela afirma que Odete agiu por medo de perder o controle da família e da empresa. Em entrevista concedida à revista "Folha de São Paulo", ela explicou que a personagem chegou ao limite e viu a violência como única saída para proteger seu legado.
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14 Comentários
Raphael D'Antona setembro 30, 2025 AT 21:48
Todo mundo acha que a morte da Ana Clara foi só um choque de roteiro, mas quem percebe que a Globo está usando o caso para esconder quem realmente controla os bastidores? A arma de madre‑perla tem registro de compradores que nunca aparecem nos documentos oficiais. É claro que há um acordo secreto entre a emissora e investidores poderosos que não querem que Leonardo volte a ter voz.
Eduardo Chagas outubro 7, 2025 AT 03:20
É um escândalo moral que a audiência suba às custas de sangue e traição! Odete, antes a matriarca fria, agora se torna símbolo de justiça sangrenta, como se um crime fosse solução para todos os pecados da elite. Não podemos aceitar que a violência seja glorificada como resposta para o medo de perder poder.
Mário Eduardo outubro 12, 2025 AT 22:13
A narrativa revela o que poucos querem admitir: a verdade está encoberta por camadas de manipulação. Se a família Roitman ainda tem segredos, então a própria estrutura da mídia está em conluio com interesses obscuros. A morte de Ana Clara serve como cortina de fumaça para esconder quem realmente puxa os fios dessa trama complexa.
Thaty Dantas outubro 18, 2025 AT 17:06
Interessante como a revelação de Leonardo muda tudo. A cena traz uma nova perspectiva aos espectadores.
Charles Ferreira outubro 24, 2025 AT 12:00
Eu só vi a parte do tiro, e já tinha vontade de mudar de canal.
Bruna Fernanda outubro 30, 2025 AT 05:53
Claro, porque nada diz “familia está unida” como um assassinato inesperado. Só falta o coro de aplausos na plateia.
Aline Tongkhuya novembro 5, 2025 AT 00:46
Vamos lembrar que, apesar da violência, a trama ainda traz um momento de esperança ao revelar que Leonardo ainda está vivo. Essa reviravolta abre espaço para discussões profundas sobre redenção e responsabilidade familiar, algo que pode inspirar debates saudáveis entre os fãs.
jefferson moreira novembro 10, 2025 AT 19:40
Concordo plenamente, a descoberta do segredo de Leonardo realmente pode gerar um novo ciclo de reconciliação, porque, ao final, o que realmente importa é a união da família e a superação dos conflitos internos, sem drama exagerado.
Rodrigo Sampaio novembro 16, 2025 AT 14:33
É sensacional como a emissora conseguiu transformar uma trama clássica em um laboratório cultural. O uso de referências históricas, o mix de linguagem corporativa e o toque de humor nos bastidores criam um espetáculo que vai além do entretenimento puro.
Maysa Horita novembro 22, 2025 AT 09:26
É isso aí, a novela tá mostrando que a cultura pop pode ser um espelho da nossa sociedade, sem mudar muito o formato tradicional.
Luara Vieira novembro 28, 2025 AT 04:20
Para quem ainda tem dúvidas, vale lembrar que a estrutura da trama segue a tradição das novelas de 80’s, onde o dramatismo é usado como ferramenta de crítica social. O fato de Leonardo estar vivo abre espaço para analisar a questão da reapresentação de personagens que já foram considerados “mortos” e como isso afeta a percepção do público sobre a narrativa.
jasiel eduardo dezembro 3, 2025 AT 23:13
Entendi, então a volta dele pode mudar o rumo da história toda.
Fábio Neves dezembro 9, 2025 AT 18:06
Não caia na armadilha dos roteiristas que querem que você acredite que tudo isso é ficção inofensiva. Cada detalhe, desde a escolha da arma até o endereço do apartamento, foi cuidadosamente plantado para encaminhar a opinião pública a um caminho pré-determinado pelos grandes conglomerados de mídia. O fato de Leonardo estar escondido em um prédio chamado Solaris não é aleatório; Solaris é sinônimo de energia oculta, um código que remete às sociedades secretas que controlam as decisões financeiras do país. Se analisarmos o padrão de emissões de audiência nos últimos episódios, vemos um pico que coincide exatamente com o momento da revelação, como se alguém estivesse manipulando os números para convencer os investidores de que o conteúdo é “viral”. Além disso, o uso de nomes como ‘Odete Roitman’ ou ‘Ana Clara’ tem origem em estudos de psicologia de massa, onde personagens são criados para representar arquétipos que desencadeiam respostas emocionais pré-programadas. O roteiro também introduz a figura de ‘Consuêlo’ como um agente duplo, o que indica a presença de um controlador interno dentro da própria emissora, alguém que orienta os rumos da trama para servir a agendas políticas. Por isso, não se engane ao achar que a novela é só entretenimento – ela é parte de um experimento sociopolítico maior que visa normalizar a violência como solução de conflitos de poder. Se quiser realmente entender o que está acontecendo, precisa ler entre as linhas e observar quem se beneficia das audiências recorde, quem aparece nos bastidores e quem nunca aparece.
Davi Silva dezembro 15, 2025 AT 13:00
Olha, a sua análise traz uma perspectiva criativa que nos faz repensar o papel da narrativa na sociedade. A ideia de que há um “experimento sociopolítico” é fascinante, e nos lembra que, por trás de cada cena, há estratégias de comunicação que podem influenciar o público de maneiras sutis.