Falsidade Ideológica: o que é, quando acontece e como evitar

Você já ouviu falar de falsidade ideológica e ficou na dúvida se é algo que pode acontecer com você? É mais comum do que parece, tanto em documentos públicos quanto em situações do dia a dia, como contratos ou até postagens nas redes.

Em termos simples, falsidade ideológica acontece quando alguém declara ou insere informação falsa em um documento oficial, como se fosse verdade. Não importa se a mentira é grande ou pequena; o que conta é que o ato serve para enganar outra pessoa ou a própria instituição.

Quando o crime se configura?

Para ser considerado falsidade ideológica, três elementos precisam estar presentes: a pessoa tem que (1) fazer ou inserir a informação falsa, (2) usar documento público, oficial ou particular com efeito legal, e (3) ter a intenção de enganar. Por exemplo, preencher um formulário de concurso com grau de escolaridade que você não tem ou alterar dados de um contrato de aluguel são casos típicos.

O Código Penal brasileiro trata o assunto nos artigos 299 a 302, prevendo pena de reclusão de 1 a 5 anos e multa. Se o documento for público, a pena pode aumentar. Vale lembrar que, se a falsidade for usada para obter vantagem econômica, a situação pode mudar para crime de estelionato, que tem punições mais severas.

Exemplos recentes que apareceram nas notícias

Nos últimos meses, alguns casos ganharam destaque na mídia: um vereador que inseriu dados falsos em sua declaração de bens, um candidato que mentiu sobre experiência profissional em sua ficha de candidatura e até uma empresa que falsificou laudos técnicos para vender um produto. Cada história mostra como a prática pode acabar em processos judiciais e danos à reputação.

Esses exemplos são úteis porque mostram que a falsidade ideológica não é exclusividade de crimes financeiros; ela pode aparecer em situações cotidianas, como em processos de aprovação de empréstimos ou em disputas trabalhistas.

Se você suspeita que alguém esteja cometendo esse crime contra você, o primeiro passo é reunir provas – documentos originais, e‑mails, prints de tela – e procurar um advogado. A denúncia pode ser feita na polícia ou no Ministério Público, que vai abrir investigação para confirmar a intenção de enganar.

Para quem deseja se proteger, a dica mais prática é sempre checar a veracidade das informações antes de assiná‑las. Leia com atenção, peça cópias autenticadas quando possível e, em caso de dúvidas, pergunte a um profissional de confiança. Evitar atalho e “confiança cega” em documentos salva muito mais do que tempo.

Se, ao contrário, você foi acusado de falsidade ideológica, não entre em pânico. A defesa pode mostrar que a informação foi inserida por engano ou que não havia intenção de fraudar. Guardar comunicação escrita, como e‑mails e mensagens, pode ser decisivo para demonstrar falta de dolo.Em resumo, a falsidade ideológica é um crime que afeta a confiança nos documentos oficiais e pode trazer sérias consequências legais. Fique atento, verifique antes de assinar e, caso precise, busque ajuda jurídica logo no início. Assim, você protege seus direitos e evita dores de cabeça desnecessárias.

13 setembro 2024 0 Comentários Nathalia Carvalho

Advogada de Deolane Bezerra, Adélia Soares, Acusada de Associação Criminosa e Falsidade Ideológica

Adélia Soares, advogada da influenciadora Deolane Bezerra e ex-participante do BBB 2016, foi indiciada pela PCDF por associação criminosa e falsidade ideológica. A investigação aponta que ela colaborou com chineses para criar empresas de fachada, facilitando a operação ilegal de jogos de azar no Brasil. A defesa de Adélia nega as acusações, alegando serem resultado de um golpe de terceiros.