O Ministério da Fazenda, em conjunto com a Secretaria de Agricultura Familiar, anunciou nesta segunda-feira (22) a criação de uma linha de crédito rural de R$ 12 bilhões destinada a produtores que tiveram suas plantações e criações devastadas por desastres naturais. A medida foi oficializada pela Resolução CMN nº 5.247, publicada no Diário Oficial da União, e complementada pela Medida Provisória nº 1.316/2025, que já havia sido divulgada em 17 de setembro.
Os recursos podem ser provenientes de duas frentes: fundos supervisionados pelo Ministério da Fazenda ou crédito gratuito disponibilizado por instituições financeiras. O objetivo central é que os agricultores possam quitar ou renegociar dívidas relacionadas ao financiamento de investimentos, à aquisição de insumos e à emissão de Certificados de Produto Rural (CPR).
Para ser contemplado, o produtor deve ter CPRs emitidos até 30 de junho de 2024 que estavam em dia naquela data, mas que se tornaram inadimplentes a partir de 5 de setembro de 2025. Também são elegíveis CPRs renegociados, com vencimento entre 5 de setembro de 2025 e 31 de dezembro de 2027, desde que estejam regulares no momento da contratação do novo crédito.
Os critérios de elegibilidade foram detalhados para alcançar quem realmente sofreu com as repetidas crises climáticas:
Os limites de crédito variam conforme o perfil do beneficiário, considerando o tamanho da propriedade, a capacidade de pagamento e o histórico de crédito. Os prazos de amortização podem alcançar até nove anos, com um período de carência de até um ano, possibilitando que o agricultor reorganize sua produção antes de iniciar os pagamentos.
Todo o processo de contratação deve ser concluído até 10 de fevereiro de 2026, o que coloca um relógio correndo para aqueles que já enfrentam dificuldades de fluxo de caixa. Bancos e cooperativas credenciados deverão disponibilizar canais de atendimento presencial e digital para facilitar a solicitação.
Especialistas do setor apontam que a medida representa um dos maiores esforços governamentais de apoio ao campo nos últimos anos, especialmente diante da frequência crescente de eventos como secas, granizo e enchentes que ameaçam a segurança alimentar e a renda das famílias rurais.
Além de aliviar o peso da dívida, a linha de crédito também busca estimular novos investimentos em tecnologias de mitigação climática, como sistemas de irrigação mais eficientes e sementes resilientes. Dessa forma, o governo pretende que o apoio não se limite ao alívio imediato, mas contribua para a sustentabilidade a longo prazo da produção agrícola brasileira.