Quando Damian Lillard apareceu no Pioneer Courthouse Square em Portland, vestindo uma camisa do Portland Trail Blazers com o número 0, milhares de torcedores gritaram como se ele nunca tivesse ido embora. E, na verdade, ele nunca saiu de verdade — só precisou de uma cirurgia, um adeus inesperado e um caminho tortuoso para voltar ao lugar onde se tornou lenda. Em 17 de julho de 2025, Lillard, de 35 anos, assinou um contrato de três anos, no valor de $42 milhões, para retornar à equipe que o revelou, após ser liberado pelos Milwaukee Bucks em setembro daquele ano. O acordo inclui uma opção de jogador para a temporada 2027-28 e cláusula de não-comércio — um sinal claro de que, desta vez, ele quer fechar o ciclo onde começou.
Isso criou uma oportunidade inesperada. Em vez de aceitar ofertas mínimas de times contendores, Lillard escolheu voltar. Não por dinheiro — ele já ganharia mais em outro lugar. Mas por razões humanas. "A parte pessoal, a família, o basquete... tudo isso veio junto", disse ele na coletiva de apresentação em setembro. Seus filhos moram em Portland. Sua esposa, sua igreja, sua rotina — tudo está lá. E mesmo sem jogar na próxima temporada, ele quer estar perto disso tudo.
Na volta, ele não vem como um jogador que vai salvar a temporada — vem como um mentor. Os Blazers não fizeram playoffs desde 2021 e não tiveram recorde positivo desde então. A equipe atual é jovem, sem estrelas. Mas Lillard, mesmo sem jogar em 2025-26, já está no centro da cultura do time. O técnico Chauncey Billups e o GM Joe Cronin fizeram reuniões frequentes com ele para alinhar a visão do futuro. "Foi um processo de reconexão", disse uma fonte da ESPN. "Eles não queriam apenas assinar um contrato. Queriam reconstruir um legado."
Em 21 de setembro de 2025, ele voltou ao Pioneer Courthouse Square — o mesmo lugar onde celebrava vitórias nos anos 2010 — e falou para a multidão: "O amor nunca mudou. E vai continuar crescendo." Torcedores usavam camisas antigas, bonecos de pelúcia com seu rosto, e até faixas que diziam: "0 não se esquece". O clima era de reencontro, não de renovação.
Se ele voltar em forma, a equipe pode se tornar um time de play-in em 2027. Se não, ele ainda terá a opção de jogador para 2027-28 — e poderá decidir se encerra a carreira em Portland, ou tenta um último ano em um time com chances reais. Mas o mais importante já aconteceu: ele voltou. E isso, para os torcedores, é mais do que um contrato. É um pacto.
Lillard não retornou por títulos imediatos, mas por razões pessoais e emocionais: sua família mora em Portland, ele tem laços profundos com a comunidade e a franquia o considera um ícone. Além disso, o contrato oferece cláusula de não-comércio e opção de jogador em 2028, permitindo que ele decida o futuro com mais controle. Ele planeja atuar como mentor enquanto se recupera, ajudando a formar a nova geração do time.
Lillard assinou um contrato de três anos por US$ 42 milhões com os Trail Blazers, mas ele também recebeu US$ 70 milhões da temporada 2025-26 da antiga contratação com os Bucks, que foram pagos após o waiver. Isso significa que, em 2025-26, ele receberá um total de US$ 141 milhões entre os dois contratos — mesmo sem jogar. O novo contrato só começa a contar a partir da temporada 2026-27, quando ele retornar às quadras.
Após a ruptura do tendão de Aquiles em abril de 2025 e a cirurgia em maio, o tempo de recuperação típico é de 10 a 12 meses. Isso significa que Lillard não jogará na temporada 2025-26. A previsão é que ele retorne às quadras em outubro de 2026, para o início da temporada 2026-27, quando terá 36 anos e estará pronto para liderar novamente o time em quadra.
Além do retorno simbólico de um ícone, os Blazers ganharam um líder de vestiário, um exemplo de profissionalismo e um aumento significativo no engajamento da torcida. As vendas de camisas e ingressos já subiram 300% desde o anúncio. Também fortalecem sua imagem como uma franquia que valoriza lealdade — algo raro na NBA moderna — o que pode atrair futuros jogadores que buscam estabilidade e identidade.
Ainda é possível, mas não é a prioridade. Se ele retornar em forma e os Blazers melhorarem com a nova geração, ele poderá estar em um time competitivo em 2027 ou 2028. Mas, com 38 anos em 2028, o foco já é encerrar a carreira como um símbolo do time. Se um título vier, será um bônus. Se não vier, seu legado já está garantido: ele é o maior jogador da história dos Trail Blazers — e agora, de novo, seu coração.
Os Bucks precisavam de espaço salarial para contratar o centro Myles Turner, um reforço estratégico para o sistema defensivo. Ao "stretch" o contrato de Lillard — ou seja, espalhar os US$ 113 milhões restantes em 7 anos em vez de 3 — eles reduziram o impacto no teto salarial. Foi uma decisão financeira, não esportiva. Lillard estava em recuperação, e a equipe não via ele como parte do futuro, mesmo antes da lesão.